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Como tratar o TDAH de modo natural

Através do Neurofeedback, crianças e adultos podem controlar o déficit de atenção, a hiperatividade e a ansiedade sem o uso de medicação

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Desatenção, dificuldade de concentração, inquietude e impaciência são características de muitas crianças e adolescentes que apresentam notas baixas na escola, esquecem tarefas e têm problemas de comportamento. Porém, esses são sintomas de um transtorno que acomete mais de 330 milhões de pessoas em todo o mundo: o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), comumente diagnosticado por uma equipe multidisciplinar.
No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas sofrem de TDAH, uma síndrome de ordem neurológica que surge na infância e que pode acompanhar o indivíduo por toda a vida. O transtorno atinge de 5% a 8% das crianças e, em geral, é tratado com um medicamento que modifica a função cerebral e aumenta a liberação de dopamina, neurotransmissor responsável por muitas funções do comportamento humano, como a impulsividade, o humor e o prazer. O problema é que o uso inadequado da medicação pode ser nocivo para o desenvolvimento psíquico de uma criança. Inclusive, o seu consumo exacerbado no país tem sido motivo de muita discussão em ONGs, nos conselhos de medicina e até no Senado Federal.
Na verdade, o que muitas pessoas ainda não sabem é que uma técnica de alta tecnologia, e sem o uso de medicação, vem sendo utilizada para o controle de diversos transtornos como déficit de atenção, hiperatividade, dislexia, depressão, ansiedade, pânico, TOC, insônia, fibromialgia, entre outros, com excelentes resultados. Trata-se do Neurofeedback, no qual através de um amplificador de eletroencefalografia (EEG) é possível fazer uma leitura das ondas cerebrais e regular possíveis padrões disfuncionais, melhorando as funções cognitivas e emocionais, bem como o comportamento do indivíduo. “Essa técnica é reconhecida pela Associação Pediátrica do Reino Unido e é utilizada como primeira abordagem em crianças antes de qualquer indicação medicamentosa”, enfatiza a psicóloga Gislaine Azzolin Castagini, que possui especialização em Psicopedagogia e formação em Neurofeedback pela Brain-Trainer.
Para a arquiteta Ana Paula Nauiack Ivankiw, 42 anos, e seu filho Arthur Ivankiw, o neurofeedback foi de grande valia para uma nova vida. “Aos 8 anos, meu filho fez o acompanhamento para controlar sua falta de atenção, hiperatividade, ansiedade e impaciência, que o prejudicava no seu dia a dia e na escola. Hoje, com 10 anos, ele está bem mais tranquilo, focado, dorme melhor e aprendeu a perceber quando está saindo do foco e precisa se aprumar”, relata a mãe, que também aderiu à técnica para controlar sua ansiedade e falta de concentração. “Eu vivia ansiosa, cansada, esquecia dos meus compromissos e das coisas. Cheguei até a dormir no sinaleiro, por exaustão. O treinamento foi tão positivo que hoje estou menos ansiosa, mais concentrada no que faço, recuperei o sono e até minha circulação melhorou”.



Vantagens do Neurofeedback
O neurofeedback, diferente da medicação, é uma técnica não invasiva e que não tem efeitos colaterais. Promove uma melhora de dentro para fora que permanece mesmo depois das sessões do treinamento, ou seja, o paciente continua tendo ganhos mesmo após o término das sessões. Já com a medicação, a melhora ocorre enquanto se está tomando, e os benefícios são perdidos quando o tratamento é interrompido.
“Ambos têm comprovação científica, porém a vantagem do neurofeedback é que o cérebro é treinado para corrigir a causa dos sintomas do paciente, modificando o seu padrão de comportamento, em inúmeros casos, sem a necessidade de medicação”, acentua Gislaine.
A técnica se utiliza de um processo de modulação das ondas cerebrais através de sinalização sonora, visual e desempenho em jogos, realizado por meio de eletrodos colocados na cabeça do paciente. Durante a sessão de treinamento com neurofeedback, as áreas que apresentam disfunções recebem um feedback em tempo real toda vez que operam de forma eficaz.
Conforme a modificação dos padrões disfuncionais vai acontecendo, o cérebro passa a operar satisfatoriamente, fazendo com que as dificuldades sejam superadas e potencializando o funcionamento global. “Muitos pacientes iniciam o treinamento enquanto usam medicação, mas, com o avanço das sessões, o cérebro passa a assumir o seu papel e acaba eliminando ou reduzindo gradativamente a necessidade de medicamento”, finaliza a psicóloga Gislaine Azzolin Castagini.

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